Folha caída

29 janeiro


 

Por onde começar...
Essa semana, exatamente essa semana, tive um esclarecimento de ideia, sabe aquele momento em que acende uma luzinha em cima da cabeça?

Em algumas frações de segundos, estava com medo de escrever, misturado com um enfadado e emaranhados de pensamentos, por onde começar? São tantas coisas para serem ditas que não sei bem por onde começar e se devo fazer isso, porém eu apenas fiz, já comecei. Não sei se continuarei, mas algo eu tenho certeza, amo escrever, mesmo sabendo que não faço isso muito bem, precisaria milênios para eu escrever com maestria, tenho vastos desentendimentos com a gramatica, ortográfica, pontuações, morfologia e afins. A escrita de forma orquestrada, organizada e disposta para o entendimento alheio, é uma arte maravilhosa e inestimável.

Vou parar de enrolação, o que aconteceu foi um estalo, me vi e não reconheci, meus erros expostos em minha face, atitudes, escolhas e caminhos que me levaram onde eu não queria ir. Me lembrei da velha nova Michelle que sonhava, que sentia a arte pulsar em suas veias, que amava pintura, música, poemas e poesias, que não parava um segundo de cogitar sobre algum assunto, e simplesmente escrevia o que me seu coração acreditava.

Por qual motivo eu me perdi?
Foi então que me vi em cenas, sondei meus pensamentos antigos e concluí, que esforçava para não ser eu mesma, pois a "vida" me dizia que era errado ser eu, portanto eu invejava as pessoas normais, como elas vivem sem se preocupar com as coisas, não sentem empatia, não chora de saudades da chuva que tardou em cair, que não vibra quando vê a lua, que não se arrepia em ouvir uma boa música. Aaah como me sentia estranha... e queria de todo jeito ser igual a eles.

Então, percebi que eu me aprisionei todos esses anos desejando me enquadrar naquilo que eu mais detesto, como pude fazer isso comigo mesma, querer ser igual a eles? Acho que não queria ficar sozinha, pois pessoas iguais a mim são difíceis de se encontrar Graças a Deus eu tenho uma amiga que sente o que sinto a respeito das coisas e tenho um marido que não se enquadra com a maioria. Ufaa me consolo um pouco  com isso, pois nem tudo que fiz foi merda, me consolo nessas pessoas maravilhosas da minha vida.

Porém, agora já chega de me esconder, chega de tentar agradar as pessoas, de tentar viver uma "vida melhor" tentando ser igual a eles que vivem anestesiados, para mim não deu certo até hoje, sou estranha agora assumida, apaixonada pela vida, empolgada com a simplicidade escondida por debaixo da sola do sapato da folha de uma árvore caída.
Nunca é tarde para um recomeço.

Pessoas como eu, sofrem, sangram, sente a dor e a alma do outro, vê o que muitos não enxergam, somos doentes, por vezes tristes, todavia os nossos lampejos de alegrias são puros, verdadeiros, intensos, insólitos e muito mais que apenas especiais momentos.

Boa noite, talvez até amanhã...

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